FELIZ 2021!

Este 2020 tem sido um ano realmente difícil, especialmente para aqueles de nós que trabalham no mundo do turismo. Todos nós tínhamos tomado como certo que o mundo tinha se tornado menor; cada canto de nosso planeta tinha se tornado facilmente acessível graças à enorme quantidade de informações encontradas com apenas alguns cliques na Internet. Então a pandemia chegou e de repente os países se viram obrigados a fechar suas fronteiras, a limitar a comunicação com os estados vizinhos, de fato, a limitar o movimento mesmo entre uma região e outra, entre uma cidade e outra em seu próprio território nacional.

De repente, todos nós nos mudamos, mas apenas temporariamente. Felizmente, os esforços incansáveis dos cientistas em todo o mundo e os recursos tecnológicos à sua disposição estão produzindo um resultado que todos nós esperamos que seja verdadeiramente extraordinário: a produção de uma vacina que em tempo recorde pode fazer todos nós sorrir novamente, esperando por um futuro melhor.

Há algumas semanas eu estava me perguntando como poderia desejar um sereno 2021 a todos os meus amigos que me seguem sem ser banal. Depois recebi uma cópia de um artigo escrito por Stefania Altieri sobre a viagem ao Brasil que ela organizou junto com um grupo de italianos muito simpáticos entre o final de 2019 e os primeiros dias de 2020. Foi publicado há alguns dias, e tive o grande prazer de ser incluído em suas memórias de viagem como guia no Rio de Janeiro logo no dia primeiro de janeiro deste ano.

Aqui no Rio já tínhamos notícias de uma possível epidemia, mas felizmente esta realidade ainda estava muito longe. Um passeio pela cidade em um belo dia ensolarado e quente e uma visita ao Cristo Redentor no primeiro dia do ano junto com a simpatia do grupo foram a melhor maneira de começar este 2020. Os meses seguintes perturbaram tudo e todos, mas as lembranças da minha primeira passagem de ano como guia de turismo permaneceram na minha mente e no meu coração.

Para celebrar a chegada de 2021 pensei, portanto, em publicar esta bela memória, considerando-a como o melhor desejo que posso fazer a mim mesmo e a todos vocês para logo nos encontrarmos juntos no Brasil e na “Cidade Maravilhosa”, finalmente livres para desfrutar plenamente de suas belezas, do caráter jovial e acolhedor de seu povo e do abraço do Cristo Redentor que tornou meu início pessoal de 2020 tão especial.

BRASIL CURTO MAS INTENSO

Uma Viagem é sempre uma descoberta, antes de novos lugares é a descoberta do que novos lugares fazem à sua mente e coração. Viajar é sempre, de alguma forma, explorar a si mesmo. (Stephen Littleword)
É um sonho tornado realidade… o tour do Brasil com um Ano Novo inesquecível no Rio!
O itinerário inclui os destinos clássicos do país e se desenvolve em quatro etapas fundamentais. Começamos em Salvador de Bahia, o coração da cultura afro-brasileira, com seu centro histórico cheio de igrejas católicas, mas também vestígios da cultura animista e rituais de Candomblé. Também temos algum tempo para visitar as praias próximas de Praia do Forte e Guarajuba.
A segunda etapa nos leva a Ouro Preto, o primeiro Patrimônio Mundial da UNESCO no Brasil, famoso por sua arquitetura colonial e minas de ouro, que fez a fortuna dos portugueses por muitas décadas.
Terceira parada: com 275 cachoeiras, algumas com até 70 metros de altura, as Cataratas de Iguaçu são uma das sete maravilhas naturais do mundo.
A quarta parada da viagem é o Rio de Janeiro, uma das mais belas cidades do mundo, com as belas praias de Ipanema e Copacabana, os bairros antigos de Lapa e Santa Teresa, as vistas deslumbrantes do Corcovado e do Pão de Açúcar.

23 de dezembro de 2019 – Salvador de Bahia.
Após uma escala em São Paulo, chegamos em Salvador de Bahia. Lá fora está Hector, nosso muito bom guia, esperando por nós. Entramos no ônibus e nos dirigimos à pousada. Ficamos a poucos passos do centro histórico, por isso deixamos nossas malas e estamos imediatamente prontos para mergulhar na vida local. Começamos o city tour pelo bairro histórico do Pelourinho, também conhecido como Cidade Alta. Passamos pela famosa praça onde havia o antigo posto de pelourinho onde as pessoas que cometiam crimes eram amarradas e chicoteadas. Caminhamos pelos becos de paralelepípedos, pelos edifícios coloridos, pelas lojas de lembranças afro-brasileiras e pelas praças animadas por músicos e dançarinos. Hector nos mostra os cantos escondidos, as vistas fascinantes e nos conta detalhes fascinantes da história da Bahia. Entre os lugares mais interessantes da era colonial, estão a Igreja e o Convento São Francisco. O complexo religioso inclui o claustro, conhecido por seu ciclo de azulejos de Portugal, e a igreja barroca, considerada uma das mais belas do Brasil, completamente coberta de decorações em ouro. Voltamos para a pousada e, após um banho na piscina, nos preparamos para a noite. Um bom e generoso jantar com a típica moqueca Baiana termina neste primeiro dia no Brasil.

24 de dezembro de 2019 – Visita às ilhas (Frades e Itaparica).
Depois de um ótimo café da manhã, damos um passeio em direção ao porto. Pegamos o Elevador Lacerda, o elevador que liga as partes superior e inferior da cidade. Passamos pelo Mercado Modelo e vamos até o cais para embarcar no passeio pelas ilhas: Frades e Itaparica. Navegamos na Baia de Todos os Santos, a maior de todo o Brasil, que oferece uma esplêndida vista da cidade, com seus óbvios contrastes entre a nova parte e a parte colonial. Após a primeira hora e meia de navegação, chegamos à ilha dos Frades. Há várias bancas de lembranças e vendedores ambulantes vendendo alimentos e bebidas. Você pode sentar-se debaixo de grandes guarda-chuvas ou caminhar ao longo da costa para descobrir praias desertas. A água morna do mar convida a mergulhar e também há chuveiros no jardim no topo da praia. O intervalo dura algumas horas de completo relaxamento. Embarcamos novamente e, após meia hora, estamos em Itaparica. Você pode comer no restaurante ou relaxar no canto das redes. Preferimos deitar na sombra, perto da lagoa. Partimos no início da tarde e em algumas horas voltamos para a cidade. O barco é grande e confortável: você pode tomar sol na parte superior ou deitar-se na proa e conversar agradavelmente, embalado pelas ondas. No caminho para a pousada, fazemos várias paradas nos quiosques característicos que oferecem bebidas e folclore. Na pousada eles prepararam um jantar muito rico para nós na véspera de Natal. Sentimo-nos mimados e sortudos por estarmos celebrando o Natal juntos neste belo lugar do mundo.

25 de dezembro de 2019 – Praia do Forte e Guarajuba
De manhã cedo entramos em nosso ônibus que, em cerca de uma hora e meia, em uma estrada confortável, nos leva a Praia do Forte. Após algumas dezenas de metros do estacionamento, estamos na rua central do famoso balneário. Eles estão abrindo as muitas lojas ao longo da estrada paralela à praia: artesanato, roupas, lembranças, especialidades alimentícias. Não há falta de oportunidades de compras. No final da rua comercial, à esquerda enquanto se olha para o mar, está o Centro Tamar, uma instituição que trabalha há 35 anos para proteger as tartarugas marinhas. A visita tem duração de 45 minutos. De volta ao estacionamento, entramos no ônibus e chegamos a nossa segunda parada: Praia Guarajuba, uma bela praia longa de areia fina e árvores que quase tocam o mar. Após um banho refrescante no oceano, um pouco de sol, um passeio na costa e um almoço com boas lagostas baratas, encontramos nosso motorista para voltar a Salvador. Quando chegamos à pousada, partimos para explorar o bairro do Rio Vermilho e passar uma noite agradável na praça. No famoso quiosque Da Cira obtemos o que é considerado o melhor acarajè do Brasil, um típico prato afro-brasileiro composto por uma pasta de feijão, cebola e sal, frito em óleo de dendê, uma palmeira do nordeste brasileiro.

26 de dezembro de 2019 – Salvador de Bahia (city tour) – Belo Horizonte
Vamos em direção ao mar atravessando o elegante e burguês distrito de Victoria com avenidas arborizadas e edifícios elegantes. Chegamos ao animado calçadão da Barra, três línguas de terra que se estendem em direção ao mar e abrigam tantos fortes coloniais. Fazemos uma parada no Forte de Santo Antônio da Barra com o farol mais antigo da América do Sul. Do forte, você pode admirar uma bela vista de Salvador. Voltamos para o ônibus e fazemos outra parada na barragem de Tororo, uma bacia artificial construída no século XVII. No meio da lagoa estão as estátuas gigantes dos Orishas, figuras representativas do Candomblé. Continuamos ao longo do mar na encantadora região da Ribeira para chegar à Basílica do Senhor do Bonfim, a igreja das fitas, os cordões coloridos a serem atados nos portões externos. O santuário é visitado por muitos peregrinos que pedem graças e curas milagrosas. Três nós correspondem a três desejos… Dentro da igreja nos paramos na capela dos ex-votos, objetos que representam diferentes partes e órgãos do corpo. A Ribeira já foi um distrito onde famílias ricas saíam de férias durante o verão, depois tornou-se um subúrbio de pescadores e hoje é uma das poucas áreas residenciais não contaminadas por grandes arranha-céus ou shopping centers anônimos. Ao longo das belas praias da Riberinha, alguns pescadores limpam e vendem seus peixes em pequenas barracas. Alguns colocam a pele do peixe para secar. O lugar é muito tranquilo e nós gostamos do contato com os locais. Pegamos a estrada novamente e paramos no Forte de Montserrat. Subimos até o topo para tirar fotos panorâmicas. Paramos então no mercado popular de São Joaquim, onde encontramos todos os tipos de alimentos, ervas medicinais e objetos religiosos. Compramos castanhas de caju baratas e depois visitamos o mercado de peixe adjacente. É hora de dizer adeus a Hector e pegar a estrada para o aeroporto. Após uma rápida verificação no aeroporto, partimos para Confins-Belo Horizonte. Claudio, nosso guia, com Júnior o motorista do ônibus, estão nos esperando. Nosso hotel fica no centro da capital do Estado de Minas Gerais. Antes de ir dormir, vamos jantar: Picanha para todos!

27 de dezembro de 2019 – Inhotim
Em uma hora e meia atravessando belas paisagens verdes, chegamos ao Parque Inhotim, que abriga uma das maiores fundações de arte contemporânea do Brasil e é um dos maiores centros de arte ao ar livre da América Latina. Foi fundada pelo antigo magnata da mineração Bernardo Paz em 2004 para abrigar sua coleção pessoal de arte, mas aberta ao público alguns anos mais tarde. Este parque combina uma natureza exuberante e belos jardins com instalações artísticas. Você pode respirar um ar de serenidade e paz ao alcançar os vários pavilhões localizados na grande área. Para facilitar os movimentos, levamos os carrinhos de golfe para subir e descer entre a beleza da natureza e as obras de arte. Aproveitamos o dia até o horário de fechamento. O caminho para Ouro Preto também é lindo. Após algumas horas, chegamos à antiga capital de Minas Gerais. Deixamos nossa bagagem na pousada e damos um passeio pelas ruas centrais da cidade, explorando a arquitetura colonial típica dos edifícios, iluminados por luzes amarelas suaves, que emitem uma atmosfera de outros tempos.

28 de dezembro de 2019 – Ouro Preto – Mina do Veloso – Mina da Passagem – Mariana – Ouro Preto
A primeira parada de hoje é um ponto de vista a partir do qual Claudio explica a história da cidade mineira que se desdobra nas colinas diante de nossos olhos e que fica ao longo da Estrada Real do Ouro, um centro do comércio colonial de ouro, pedras preciosas e escravos. Nos tempos de hoje Ouro Preto, graças à sua arquitetura colonial e às igrejas barrocas, foi o primeiro sítio brasileiro a ser declarado Patrimônio Mundial da UNESCO em 1980. Embora o turismo seja a parte mais importante da economia da cidade, é o lar de indústrias metalúrgicas, como a Alcan, a mais importante empresa de alumínio do Brasil. Nas proximidades há depósitos de minerais e uma pedra típica do lugar: o topázio imperial. Em poucos minutos chegamos à Mina do Veloso, localizada no centro da vila. Com nossos capacetes colocados, entramos na mina, mergulhando em uma teia de longos e estreitos corredores que nos dão uma ideia das condições de trabalho suportadas pelos mineiros. A visita tem duração de uma hora e o guia explica a geologia e a história da escravidão mineira. Pegamos o ônibus para Mariana, a primeira capital de Minas Gerais, a pouco mais de 12 km de distância, e visitamos a Mina da Passagem, a maior mina de ouro do mundo. A bordo de um carrinho colocado sobre um trilho, vamos a 120 metros de profundidade. Chegamos a uma grande caverna onde se formou um lago natural, um destino ideal para os espeleólogos. Ouvimos explicações interessantes sobre as técnicas de mineração. A visita dura cerca de meia hora. Um almoço rápido e apreciado em um pequeno restaurante ao quilo nos dá a energia para o resto do dia. Com Cláudio vamos dar um passeio por Mariana, descobrindo os cantos mais sugestivos e admirando as duas belas praças da vila. Também fazemos um desvio para a Prefeitura, onde há uma bela vista de duas das principais igrejas e o retrato de Maria Ana da Áustria, que deu seu nome à cidade. Pegamos o ônibus de volta para Ouro Preto para visitar a suntuosa Igreja de Nossa Senhora do Pilar decorada com mais de 400 kg de ouro e prata, a segunda mais opulenta do Brasil, depois de São Francisco em Salvador. O passeio termina na bela Igreja de São Francisco de Assis, um esplêndido exemplo de arte colonial com sua fachada inteiramente esculpida pelo famoso escultor Aleijadinho e com afrescos valiosos no seu interior. Dizemos adeus a Cláudio na Praça Tiradentes, dedicada ao famoso patriota ligado à independência do Brasil e nos refugiamos em uma das excelentes lojas de chocolate da praça. Fazemos uma pequena passeada até a pousada antes de terminar a noite em um belo restaurante com salas grandes e bem cuidadas e um terraço com vista para as charmosas ruas de paralelepípedos.

29 de dezembro de 2019 – Ouro Preto – Congonhas – Aeroporto de Confins – Foz do Iguaçu
39 Km de estrada confortável e bonita para Congonhas nos esperam. Vamos admirar as estátuas dos Profetas, obra-prima de Aleijadhino, uma das mais famosas obras de arte do Brasil. Entramos no moderno museu dedicado às obras-primas de Antonio Francisco Lisboa (Aleijadinho) que está localizado ao lado da Basílica do Bom Jesus de Matosinhos. Os vídeos e mapas informativos oferecem diferentes formas de conhecer o Santuário, como sua construção e os significados iconográficos, religiosos e artísticos da obra. Assim que partimos, começamos a subida para a Basílica admirando as estátuas de madeira, também obra do grande escultor, contidas nas Capelas da Paixão de Cristo. Destino das peregrinações, a igreja representa no exterior um modelo do barroco brasileiro e no interior um exemplo de rococó. Há também aqui, como na igreja de Bomfim em Salvador, a sala evocativa dos ex-votos com fotos e imagens dos milagres. Dizemos adeus e agradecemos Cláudio, enquanto nosso motorista Junior, antes de ir para o aeroporto de Confins, passando por Belo Horizonte, nos leva a ver o bairro residencial de Pampulha com vista para o lago artificial do mesmo nome, ao longo de cujas margens há edifícios projetados pelo famoso arquiteto Oscar Niemeyer, como o Museu de Arte, a Capela Curial de São Francisco de Assis e a galeria Casa do Baile. Partimos a tempo, transitamos por São Paulo e chegamos à Foz do Iguaçu. Vamos jantar em um restaurante muito particular onde eles vendem tudo o que está exposto.

30 de dezembro de 2019 – Foz do Iguaçu – lado argentino – lado brasileiro
O dia é maravilhoso e quente. Tomamos um café da manhã bem cedo. Nosso guia Lourdes recolhe os passaportes. Após meia hora de viagem, estamos na fronteira com a Argentina e procedemos com as formalidades alfandegárias em pouco tempo. Na hora da abertura, chegamos à entrada do Parque das Cataratas, no lado argentino. Após a entrada, há um prédio para informações turísticas, com mapas do parque e fotos com legendas da fauna e flora nativa. As trilhas são marcadas por sinais, as passarelas são confortáveis e seguras, o pessoal está localizado em todos os lugares para dar assistência, os locais de refrescos estão espalhados por toda parte. Iniciamos a visita à famosa Garganta del Diablo. Somos os primeiros a entrar no trem elétrico que navega através da vegetação exuberante em dois km de ferrovia e transporta turistas o dia todo. Saímos do trem e caminhamos por cerca de 600 metros em uma passarela colocada logo acima do nível do rio Iguaçu (e reconstruída várias vezes por causa das inundações) entre pequenas ilhas rochosas e abrigos para pássaros. Alcançamos o terraço panorâmico até alguns metros da cachoeira mais impressionante de toda a frente, um salto de 80 metros e uma parede de água que desaparece em uma coluna de neblina com um ruído ensurdecedor. Trata-se de uma imagem espetacular e incomparável. Nós tiramos fotos enquanto outros turistas chegam. Contra a corrente, voltamos pela mesma passarela e pegamos o pequeno trem de volta para onde começamos. Daqui chegamos ao caminhão aberto do parque que nos leva, em um caminho interno da floresta, aos 150 degraus que levam aos jangadas de borracha para a Grande Aventura sob as quedas d’água. Antes de subir, eles nos fornecem um colete salva-vidas e uma bolsa à prova d’água para armazenar mochilas e telefones celulares. O passeio é divertido e ficamos completamente molhados. Ao final do passeio voltamos ao caminhão aberto onde Marcos, o motorista, está nos esperando. Ele pediu uma licença especial para entrar no parque com o ônibus. Entramos a bordo e passamos pela alfândega de volta ao Brasil. Aqui também, os procedimentos, gerenciados para Lourdes, são rápidos. Em meia hora, estamos na entrada do Parque das Cataratas do Brasil. Há pouca fila para pegar o mini ônibus. Fazemos 5 km de estrada e estamos no início do caminho de onde podemos admirar as quedas em toda sua largura e o arco-íris (quase) perene. Durante a caminhada, encontramos vários coatí, pequenos animais da família dos guaxinins que se apressam em busca de alimentos deixados pelos turistas. No final do caminho há um prédio com atividades comerciais e um elevador que leva a um terraço paralelo ao ponto onde começa a cachoeira. É uma visão impressionante! Não muito longe está um longo edifício com lojas de souvenirs, bares e restaurantes. Nosso ponto de encontro está lá e quando todos nós estamos lá, pegamos o mini ônibus de volta da maneira como entramos. Marcos está nos esperando, para voltar a Foz do Iguaçu. Passamos pela plataforma do helicóptero para fazer o passeio sobre as cataratas, o que também é espetacular. Vamos tomar um banho e nos preparamos para a noite. O ônibus de traslado nos pega e nos leva a um churrascaria para um excelente e abundante jantar. Uma boa caipirinha encerra um dia verdadeiramente inesquecível.

31 de dezembro de 2019 – Foz do Iguaçu – Rio de Janeiro
Antes de partir temos tempo para visitar, no caminho, o Parque das Aves. O belo parque reproduz um típico espaço florestal com vários tipos de pássaros tropicais e nativos, agitando em grandes aviários. Andando pelo verde exuberante vemos garças, papagaios, tucanos, corujas, águias e grandes caixas com anacondas e outras cobras. Passamos uma hora agradável e depois, de ônibus, em vinte minutos, estamos no aeroporto. Dizemos adeus à Lourdes, agradecemos o excelente serviço e voamos para… Rio de Janeiro! No aeroporto, encontramos uma pessoa que nos espera e que nos acompanha até o ônibus. Levamos uma hora para chegar ao nosso apartamento em Copacabana porque paramos para fazer compras para o jantar de fim de ano. Quando subimos com o elevador até o décimo primeiro andar, ficamos sem fôlego olhando pela janela e corremos lá para cima para sair no terraço. O apartamento é enorme, com 5 quartos duplos e 4 banheiros, muitas áreas comuns e a cozinha para uso em jantares, mas o verdadeiro valor é a vista para a praia de Copacabana. Tomamos posse dos quartos e, em resumo, estamos prontos para uma primeira caminhada no maravilhoso calçadão que já está se enchendo para a noite. Durante cerca de 4 km é possível ver os quiosques de um lado e do outro os elegantes hotéis e edifícios que coroam a bela praia. A atmosfera é mágica. Preparamos o jantar para celebrar a noite, para brindar à nossa viagem e ao novo ano que começa em uma das mais belas cidades do mundo. Esperamos pela meia-noite no terraço, sentados e tomando caipirinha. Vivemos um momento inesquecível que não pode ser facilmente igualado: abaixo de nós, 3 milhões de pessoas na praia estão em contagem regressiva para saudar o 2020 e após um momento de silêncio, o ruido do primeiro fogo de artifício, seguido de muitos outros durante quinze minutos intermináveis. As plataformas no meio do mar oferecem um espetáculo colorido e sincronizado e atrás delas uma dúzia de navios de cruzeiro estão posicionados para admirar os fogos de artifício. Terminamos a noite descendo para a rua e chegando ao palco principal para dançar entre o povo.

1º de janeiro de 2020 – Rio de Janeiro (city tour)
Hoje tiramos proveito das férias e partimos cedo. Temos um compromisso com nosso guia Marcello. Ele é de Turim e se mudou para o Rio porque é casado com um carioca. Ele obteve recentemente sua carteira de guia de turismo, mas está muito bem preparado em todos os assuntos. Entramos no ônibus confortável e partimos. Ao passarmos pela área de Botafogo, um bairro burguês que se estende por uma bela praia, notamos o Palácio do Governador e o complexo do famoso time de futebol, com retratos dos jogadores mais famosos de sua história na parede. Marcello nos explica o quanto o futebol é sentido na cidade com os 4 times que jogam no campeonato (Fluminense, Vasco da Gama, Botafogo, Flamengo). Decidimos começar o tour do Corcovado para não encontrar fila. Ao subirmos a colina do Corcovado, a 710 metros de altura, Marcello explica que estamos no Parque Nacional da Tijuca, uma das maiores florestas urbanas do mundo. Da bilheteria, pegamos a van até o topo, o lugar mais mágico do Rio. Depois de um elevador e duas escadas rolantes, estamos aos pés da majestosa estátua do Cristo Redentor, uma das sete maravilhas do mundo. A altura do Cristo Redentor é de 30 metros + a base de 8 metros: 38 metros no total. Tiramos fotos e desfrutamos da vista deslumbrante do terraço: Pão de Açúcar, Baía de Guanabara, as praias ao sul e a lagoa Rodrigo de Freitas. Após meia hora, descemos com a van e, antes de voltarmos para o ônibus, fazemos uma breve visita ao Centro de Visitantes, onde Marcello nos explica que a construção do Cristo Redentor remonta aos anos entre 1922 e 1931, por iniciativa da Igreja Católica. Na base da estátua, uma placa lembra a ligação com Guglielmo Marconi, que enviou um sinal de rádio de Roma para iluminar a estátua pela primeira vez (na realidade, a ajuda da Sociedade Brasileira de Iluminação também foi necessária). Uma série de imagens retraça a história da floresta e da cidade com seu desenvolvimento urbano até hoje. Pegamos nosso micro-ônibus e descemos em direção à área de Santa Teresa, entre ruas íngremes e residências históricas onde você pode respirar uma atmosfera boêmia. O motorista nos deixa e nós caminhamos pelo bairro cheio de murais e pequenos bares. Comemos rapidamente e depois chegamos à Escadaría Selaròn, a escadaria coberta com mosaicos multicoloridos pelo artista chileno Jorge Selaròn, que se tornou um ponto obrigatório para quem visita o Rio. Voltamos ao ônibus e nos mudamos para o bairro vizinho da Lapa, famoso por sua vida noturna e, passando pelos Arcos (um dos símbolos da cidade), vamos visitar a Catedral de San Sebastião que se destaca entre os arranha-céus altos, popularmente conhecida como Catedral Metropolitana, construída em 1979 no centro da cidade. O moderno edifício em forma de cone é muito bonito por dentro com os quatro vitrais que sobem até o topo. O ônibus nos pega para nos levar ao centro, mas primeiro paramos na área portuária onde acabam de colocar uma roda panorâmica muito alta e onde admiramos o mural Etnias (grupos étnicos) ou Todos somos Um, como foi originalmente chamado por seu autor Eduardo Kobra, um artista brasileiro mundialmente famoso. Os 5 continentes estão representados: um menino Tajapo do Brasil, uma mulher Mursi da Etiópia, uma mulher Kayin da Tailândia, um homem Supi do Norte da Europa e um homem Huli de Papua Nova Guiné, ou seja, os ancestrais comuns da humanidade, os povos indígenas da América, Ásia, Europa, África e Oceania. Percebemos que o Rio não é apenas uma cidade com praias paradisíacas e samba, mas também tem uma incrível arte de rua com grafites e murais, um legado dos Jogos Olímpicos de 2016 (a primeira e única vez que o evento foi realizado na América do Sul). A próxima parada é o Estádio Maracanã remodelado e o mundialmente famoso Sambódromo com a sua pista de 700 metros, onde acontece o desfile mais famoso e folclórico do mundo, o Carnaval do Rio. Para terminar este dia memorável, terminamos com o Pão de Açúcar. Levamos dois teleféricos para chegar ao topo da montanha a uma altura de 396 metros. Você pode ver toda a praia de Copacabana de um lado e a praia do Flamengo do outro. Virando o visual está a majestosa estátua do Cristo Redentor que se eleva sobre o Corcovado. Na clareira no topo do morro há um bar e várias lojas de souvenirs e o Rio aos nossos pés: outra vista inesquecível. No caminho de volta, pedimos ao nosso motorista que nos leve pelos bairros elegantes do Leblon e Ipanema. Voltamos ao nosso belo apartamento de onde admiramos um maravilhoso pôr-do-sol. Alguém desce para nadar, alguém vai passear no calçadão, outra pessoa antecipa o jantar com uma caipirinha.

2 de janeiro de 2020 – Ilha Grande (de Angra dos Reis)
Saímos cedo e após alguns minutos chega um grande ônibus cheio de turistas. Saudamos nosso guia Fabio, que explica como a excursão será organizada. Tomamos a estrada para a cidade litorânea de Angra dos Reis. Uma vez chegados ao pequeno porto, nos é designado o barco Elisabeth, que se enche imediatamente. Gente de todas as nações, música brasileira a volume alto e muita caipirinha fazem a atmosfera toda animada. No barco, você pode tomar sol ou ficar abaixo do convés. O minicruzeiro tem quatro paradas. Durante as duas primeiras paradas, você pode fazer snorkeling. A segunda parada é em uma enseada chamada Lagoa Azul. A água é clara, há muitos peixes e é relaxante nadar sob a costa coberta por uma vegetação exuberante. Chamados de volta a bordo, partimos para pousar em uma bela praia onde você pode dar um passeio ou relaxar. A última parada é em outra praia da Ilha Grande onde temos um almoço self-service em um restaurante. Depois de ter comido, retomamos a navegação para retornar. Quando chegamos ao pequeno porto de Angra dos Reis, pegamos o ônibus de volta ao Rio. Passamos pela Lagoa Rodrigo de Freitas, um pitoresco trecho de água salgada onde colocaram a árvore de Natal, que vemos iluminada. Depois de fazer várias paradas para deixar outros turistas em seus hotéis, chegamos ao nosso apartamento.

3 de janeiro de 2020 – Rio de Janeiro (tour a pé)
A maneira mais barata e rápida de se locomover no Rio é Uber. Levamos 4 para chegar ao Centro, à Igrejasia de Nossa Senhora da Candelária em estilo barroco e renascentista. A partir daí, começa o nosso passeio a pé. Vamos para o Museu do Amanhã, que é parte do projeto de renovação da área portuária. O edifício, inaugurado em 2015, foi projetado pelo arquiteto espanhol Santiago Calatrava. O museu de artes e ciências trata de questões de mudança climática, degradação ambiental e colapso social. Ele também colabora com as principais universidades brasileiras e instituições globais coletando dados climáticos e demográficos em tempo real das agências espaciais e das Nações Unidas. Visitamos então a famosa Confeitaria Colombo, que o site City Guides nomeou como um dos dez cafés mais bonitos do mundo. O mobiliário de época, os espelhos e mármore, as claraboias e a iluminação criam uma atmosfera de outrora. Vale a pena esperar na fila para experimentar pelo menos um café e um pastel de nata, a preços acessíveis. É hora de fazer compras no popular mercado da Uruguaiana e depois caminhamos em direção ao Teatro Municipal, construído sobre o modelo da Opera em Paris. Daqui pegamos o metrô de volta para a área de Copacabana e caminhamos pelo bairro. Voltamos para casa para nos trocarmos e nos prepararmos para a noite no Rio Scenarium, um dos lugares mais movimentados da cidade. Nossa reserva é para uma bebida com música após o jantar. O lugar é muito especial e encantador, em três níveis e decorado com antiguidades. Das varandas com vista para o palco você pode desfrutar do espetáculo e da música ao vivo. O samba e outras músicas viciantes nos atraem para a pista de dança e para a multidão.

4 de janeiro de 2020 – Rio de Janeiro – Favela da Rocinha
Partimos para a área ao sul do Rio, a parte mais rica da cidade. A Rocinha está localizada na saída de dois longos túneis que ligam os bairros da Gávea e Barra da Tijuca. A favela se desenvolveu ao longo de todo o lado do morro, portanto pertence a esse tipo particular de favela chamadas morros. Em frente está o bairro de São Conrado, habitado pelas classes média e alta que vivem em grandes edifícios localizados entre a favela e o mar. Em poucos metros a situação muda radicalmente: enquanto em um lado da rua você vive com todo o conforto, no outro você tem que lutar todos os dias para sobreviver. Mas estes são os paradoxos da cidade tropical. A Rocinha não é apenas a maior favela da cidade, mas segundo muitos, é a maior e mais populosa de todo o continente latino-americano. A floresta tropical do Parque Nacional da Tijuca dificilmente pode resistir aos ataques das novas construções que continuam a se expandir em todas as frentes, a ponto de se tornar impossível ver toda a favela a partir de um único ponto. Os edifícios, que são mais altos na parte inferior, tendem a ficar cada vez menores, até assumirem as características de cabanas, à medida que se vai subindo até a parte superior. À medida que se vai mais longe, as ruas tendem a se transformar primeiro em becos, depois em pequenas passagens formadas por escadas íngremes entre uma casa e outra, onde mal se consegue passar. Os becos são exuberantes com a humanidade. Os operadores locais perceberam que muitos turistas estrangeiros são atraídos pela realidade da favela e organizaram visitas guiadas. Pedimos a Barbara Olivi para nos orientar e temos seu marido Giulio como nosso guia, que nos conta as histórias dos habitantes, as lutas entre as gangues de traficantes, os tiroteios com a Polícia Pacificadora e as dificuldades das famílias que vivem em extrema pobreza. O passeio dura cerca de 3 horas entre altos e baixos becos que, quando chove, ficam intransitáveis. Deixamos o pacote de presentes que trouxemos para as crianças e pedimos ao motorista para nos deixar em Ipanema, para passear pelo bairro e almoçar. Nos encontramos novamente no Jardim de Alah para voltarmos ao apartamento. Alguém vai dar um mergulho, outras pessoas vão ao Rio Sul, um grande shopping center a uma curta distância do apartamento, para as últimas compras. Organizamos para ver o pôr-do-sol no Arpoador, a península entre Copacabana e Ipanema, com os tradicionais aplausos ao sol que se põe no mar. Ficamos em Ipanema para o jantar em um excelente churrascaria, com a fórmula do rodizio.

5 de janeiro de 2020 – Rio de Janeiro – São Paulo
A viagem está quase terminando, mas ainda temos algumas horas antes de deixarmos o maravilhoso Rio. Na praia de Copacabana, não muito longe do nosso apartamento, um mercado de souvenirs e pequenos artesanatos nos permite fazer os últimos presentes. O ônibus nos leva ao aeroporto e depois dos procedimentos alfandegários habituais partimos para São Paulo, onde transitamos, depois voltamos no avião para a Itália.

6 de janeiro de 2020 – São Paulo – Milão – Roma
Chegamos em Milão a tempo, a bagagem está toda lá, abraços e algumas lágrimas para se dizer adeus. A viagem correu bem e foi linda. Aqueles que se dirigem a Roma têm algum tempo antes da última etapa para casa.
Isso não é verdade. A viagem nunca termina. Somente os viajantes terminam. E também eles podem permanecer na memória, na lembrança, na narrativa. Quando o viajante sentou-se na areia da praia e disse: “Não há mais nada para ver”, ele sabia que isso não era verdade. O fim de uma viagem é apenas o começo de outra. É preciso ver o que não foi visto, ver novamente o que já foi visto, ver na primavera o que foi visto no verão, ver de dia o que foi visto à noite, com o sol onde choveu pela primeira vez, ver as culturas verdes, os frutos maduros, o caroço que mudou de lugar, a sombra que não estava lá. É necessário voltar aos passos já dados, repeti-los e traçar novos caminhos ao seu lado. Você tem que começar a viagem novamente. Sempre. (José Saramago)
Stefania Altieri

Felicidades sinceras para Stefania, seus companheiros de viagem e para todos vocês!

Marcello

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